terça-feira, 26 de setembro de 2017

Crítica - MÃE!












Quando o filme acabou e as luzes do cinema acenderam, o público ficou dividido entre os que não entenderam nada do que acabou de acontecer e os que ficaram em choque por ter levado um soco cinematográfico. O filme mãe não é apenas complexo, mas tem caráter existencialista e filosófico.
Quando você pensa que o diretor Darren Aronofsky tenha alcançado seu auge do surreal em Requiém para um sonho, ou ter extraído o máximo de sua genialidade no premiado Cisne Negro, ele te surpreende com o filme mais genial e perturbador do ano.

Complicado falar de “Mãe” sem soltar um spoiler, mas, basicamente, o filme começa de forma despretensiosa, em uma casa longe da civilização, onde a protagonista (Jennifer Lawrence) mora com seu marido (Javier Bardem) poeta que está vivendo um bloqueio criativo. A trama começa a esquentar quando o casal recebe a visita de um casal excêntrico (Ed Harris e Michelle Pfeiffer), a partir desse encontro, o filme se desenrola em situações absurdas que deixa qualquer um, que tenha o mínimo de sensibilidade, em uma situação desconfortável.


O filme Mãe não é leve como o nome, não é divertido, nem ao menos otimista. É um filme arrebatador que te leva para o fundo do precipício da humanidade. Aronofsky nos leva a uma situação incomoda do começo ao fim. Os mais atentos vão conseguir decifrar as alegorias e metáforas do filme, principalmente, os que já estão acostumados com esse tipo linguagem. Impossível ver Mãe e não tentar decifra-lo cena por cena, impossível não sair angustiado, impossível não comenta-lo com um amigo nas próximas semanas.   

terça-feira, 7 de junho de 2016

Tenderness

Algumas pessoas vivem em função da dor. Algumas pessoas não conseguem viver sem um aperto no peito e sem a garganta seca. O filme Tenderness ( Na Trilha do Assassino) é para pessoas sem esperanças e que não vê um brilho no fim do horizonte. Baseado no livro Robert Comier, o tipo de autor que não gosta de finais felizes. O filme gira em torno da mente de Erik Comenco (Jon foster), adolescente condenado por matar seus pais, e agora que completa dezoito anos será libertado do presídio para menores, será, então, julgado em liberdade, mas o detetive Cristofuoro (Russel Crowe) tem certeza que o jovem cometerá mais um homicídio enquanto estiver em liberdade, então decide seguir os paços do jovem psicopata. Além do assassino, o trama tem mais uma mente instável e perdida. O nome dela é Lori (Sophie Traub), ou pelo menos gosta de ser chamada assim, Lori é apaixonada pelo psicopata, o que a torna mais louca que o assassino, e decidi segui-lo à toda parte. O filme te faz jogar à beira do abismo, te deixa estático e com um gosto amargo na boca.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

WHIPLASH

Você chegaria até o limite para conseguir suas ambições? O filme Whiplash não se trata apenas de um filme sobre jazz, é sobre se entregar ao máximo, superar todas as dificuldades para conseguir seu objetivo final. Foi assim que Andrew Neiman, estudante, baterista de jazz do melhor conservatório dos Estados Unidos, pretende ser um dos melhores bateristas do mundo. Entretanto ele tem que conviver com o abusivo maestro Terence Fletcher, um careca meio psicopata e perfeccionista que usa recursos nada habituais para extrair de seus alunos o melhor que eles podem dar.
O filme, vencedor de 3 Óscars, te faz questionar se o método usado por Fletcher é benéfico ou não, mesmo que seja de forma abusiva, seus alunos começam a transformar seus sonhos em uma obsessão, colocando em risco sua integridade física e psicológica, por outro lado, o estudante fica instigado a superar todas as dificuldades para alcançar um maior patamar musical. Cabe a cada um decidir se tudo isso vale a pena ou não. 

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

O Selvagem da motocicleta (Rumble Fish)

“Califórnia é legal como uma moça bonita doidona de heroína. ” Minha vontade de conhecer a Califórnia dobrou após escutar essa frase épica do filme: O Selvagem da motocicleta (Rumble Fish), de Francis Ford Coppola. Apesar do título em português parecer um filme tosco, ele surpreende com a quantidade de gigantes do cinema em um longa de 1983. O filme é estrelado por Matt Dillon, mas tem coadjuvantes como: Nicolas Cage, Laurence Fishburne, Tom Wais e a Senhora Coppola para rechear o elenco e é todo filmado em preto e branco. 
Rusty James (Matt Dillon) é o líder de uma gangue na cidade de Tulsa, no Estado de Oklahoma, ele é um daqueles jovens egocêntricos e cheios de si que passa a noite se divertindo em bares e orgias, típico delinquente americano.  James foi abandonado pela mãe, criado por um pai alcoólatra e idolatra seu irmão: O motoqueiro. Esse motoqueiro, que parece da banda Sex pistols, é uma lenda viva e voltou para cidade com uma aparência muito madura;

O filme é mais profundo do que parece, o irmão motoqueiro voltou da Califórnia e está mudado do que um dia foi antes, ele passa o filme inteiro tentando fazer o irmão questionar o tipo de vida que ele leva para que ele reflita e não siga o mesmo caminho que ele um dia seguiu. Rumble Fish é um exemplo de como um roteiro, que parece ser maçante, pode nos surpreender.